COVID-19 e animais de companhia – II Cuidados Especiais

Continuamos a partilhar consigo toda a informação sobre os cuidados que deve nesta época de pandemia global.

Os tutores dos animais devem ter algum cuidado especial?
Sim, nomeadamente:
- Não toque em animais na rua, porque caso os seus tutores estejam infetados, o pelo desses animais pode estar conspurcado com o vírus;
- Lave muito bem as mãos depois de interagir com os seus animais;
- Não deixe os seus animais lamberem-lhe o rosto, nem dormir nas camas das pessoas;
- Passeie o seu animal duas vezes por dia ou mantenha o ritmo a que ele está habituado;
- Evite contactos com outras pessoas e animais durante os passeios;
- Após cada ida à rua, limpe as patas do animal, assim que chegar a casa. Para isso, use um pano ou toalhitas humedecidas com gel desinfetante ou lave-lhe as patas com sabão azul e branco. Não use álcool ou lixívia. No final, lave e desinfete sempre as suas mãos;
- Como os passeios têm que ser curtos, faça jogos em casa para exercitar os seus animais como esconder grãos de ração ou brinquedos para irem procurar, atirar bolas, etc;
- Ajuste a quantidade de alimento para que os animais não desenvolvam excesso de peso ou obesidade devido a menos atividade. Em caso de dúvida telefone ao seu médico-veterinário;
- Só em caso de urgência ou de atos médicos inadiáveis é que deve levar os seus animais ao veterinário. Telefone ou envie um email antes de ir e cumpra as regras de segurança do Centro de Atendimento Médico-Veterinário que visitar.

Exemplos de urgências são:
- Falta de apetite por mais 48 horas.
- Perda de peso em poucos dias.
- Alteração do estado de consciência.
- Perda de sangue por qualquer cavidade natural ou presença de equimoses (“nódoas negras”) pequenas ou grandes na pele.
- Dificuldade urinária ou urina com sangue. Dificuldade respiratória ou tosse frequente.
- Vómitos frequentes com mais 24 horas.
- Tentativas de vómito repentinas sem sucesso e aumento rápido do volume abdominal.
- Dificuldade respiratória ou tosse frequente.
- Dilatação abdominal acentuada.
- Dor intensa com dificuldade em movimentar o pescoço ou a coluna lombar. Incapacidade repentina do animal se mover.
- Intolerância ao movimento com fraqueza acentuada.
- Episódios de convulsões em animais não medicados ou convulsão muito longa
- Tenha uma alternativa planeada caso se infete, para algum familiar ficar com o seu cão ou o seu gato, ou para o passear.


Além disso, recordamos que:
- Não deve adiar as primovacinações dos cachorros e dos gatinhos, nem as revacinações dos cães adultos para a leptospirose, leishmaniose, tosse do canil e raiva, nem as revacinações dos gatos adultos de vida semilivre para a leucemia felina;
- Não ofereça da sua comida e tenha cuidado com sobras dos pratos. A indiscrição alimentar constitui a principal causa de diarreia aguda nos cães;
- Guarde bem os chocolates, pois poderão ser tóxicos para os seus animais;
- Arrume a roupa, pois a ingestão de meias ou outras peças de vestuário, ou de pequenos brinquedos das crianças, é a principal causa de corpos estranhos;
- Dê um banho com shampoo ao seu cão por semana, a não ser que ele tenha contraindicação médica.

Estas recomendações aos tutores de animais de companhia foram elaboradas pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa de acordo com as seguintes orientações:

  • Organização Mundial de Saúde Animal (OIE);
  • Associação Mundial de Médicos Veterinários de Pequenos Animais;
  • Ordem dos Médicos Veterinários (OMV)


Lisboa, 6 de abril de 2020 | Atualizado em 8 de abril de 2020

Fonte: hospitaldaluz.pt